quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Saudade


"Nem só de scarpins, ousadia e competência é feito esse seu início profissional em cidade estranha, eu sei!
Também é feito de geladeira vazia, saudade de casa, solidão e - lógico! - lagartixas!"
Acertadamente, como não poderia deixar de ser, palavras de um alguém que a mim conhece muito e que me é muito caro.


Por aí e aqui, já andei espiando de algumas janelas. Espiei de janelas altas e janelas baixas. Em dias de chuva e em dias de sol. Em invernos solares e em verões cinzentos.
Destas janelas, procuro ver o mundo sob outras perspectivas. Busco olhar com olhos além dos meus.
Busco, sobretudo, olhar com amor. Com tolerância, com vontade de ver mais, de saber mais, de aprender mais.
Nem sempre é possível. Nem sempre consigo.
Às vezes queria ver com olhos que não fossem os meus.
Às vezes me pergunto o porquê desse tanto buscar.
Das tantas janelas em que pousei meus olhos, tenho visto lugares mágicos, pessoas maravilhosas e - mais do que isso - tenho visto, através destas, as minhas próprias janelas.
(Eu e as minhas janelas internas...)
Às vezes tenho medo.
Às vezes, solidão.
Às vezes me canso desse provar constante.
De se mostrar e demonstrar. De lutar. De buscar os vitrais.
Às vezes, tudo o que eu queria era um lugar onde repousar,
uma janela grande, com vista para o mar e um solzinho de manhã a brilhar.


Se fosse possível conceituar saudade, se fosse possível expressar tudo aquilo que tenho dentro.
Saudade de ver, de tocar, de cheirar.
Saudade de abraçar, de beijar, de sentir, de olhar.
Saudade desse amor grande, sem limites e sem requerimentos.
Saudade grande.
Família, amigos, tudo.
Só saudade.

3 comentários:

Anônimo disse...

Minha filha,
Saudade faz parte da VIDA! Sem ela não lembramos das coisas boas que nos acontece dia a dia. Amo muito você. beijos. Sheili

Anônimo disse...

Sinto-me em casa, para esse café. Como sempre.Texto lindo. Casa grande, sua, que encontra-se além das janelas. O que se vê da casa é sempre muito mais amplo do que o que se vê na casa. O que a impediria de voar? Nada. Grande beijo com meu amor. Pai.

Anônimo disse...

Filhota,
Há muito tempo não temos uma crônica sua. Por que será? Falta de assunto não é. De inspiração, nem se diga. Tempo é uma questão de prioridade e, para a escrita, o impulso fala mais alto.
Acho que o Alex Fabiani é quem tem razão.
Beijos
Pai