sexta-feira, 11 de julho de 2008

Casais modernos

Eles se conheceram na balada. Foram apresentados por amigos em comum. Ele é alto e moreno, ela, também. Ele gosta de internet, ela, também. Os dois fumam e bebem cerveja em copo lagoinha. Se identificam pelas músicas em comum, ambos gostam de sertanejo alucinadamente.
Logo, estavam declarando seus sentimentos aos quatro ventos. Não escondiam de ninguém o tanto que se gostavam. Trocaram alianças. Era um casal de carícias e amigos públicos.
Em duas semanas, já diziam eu te amo pra lá e pra cá e programavam o nome dos pimpolhos. Sabiam até a lista de amigos que iriam chamar para o churrasco de casamento.
Dois meses depois, declaravam a todos que ela era nada mais do que uma vaca e ele, nada menos do que um porco saltitante. Ele descobriu que não poderia tolerar o jeito com que ela partia o bife e ela, jamais cogitaria se casar com um homem que não soubesse o que era bouquet.
Nada que uma boa ressaca não curasse. Quem sabe assim não se conhece um novo amor? E lá estavam eles, novamente, trocando juras de amor eterno a novos príncipes e princesas...

A busca eterna por amar e se sentir amado traz a grande parte das pessoas a ilusão do amor. O amor lírico não se desenhou desta forma. Não foi assim que os poetas quiseram... É preciso um pouco mais, é preciso ser tolerante, é preciso se reinventar e se descobrir nos braços de outro. É preciso saber namorar. Olhar com calma, vislumbrar, ver além. Tocar os detalhes. Sentir, curtir. É preciso pegar na mão e, mais, saber a delícia de conduzir e ser conduzido. O abraço de saudade que nunca chega, o cheiro da pele, o gosto do beijo, o sorriso. Dormir encostado, só pra saber que ele está lá. É preciso rir junto e chorar junto também, saber conversar, falar pelos cotovelos. É passear junto, sem ter nada pra fazer, e se sentir completo. São olhos que brilham. É começar de novo, é se apaixonar de novo, uma, duas, mil vezes. É não desistir do amor.

E o que é o amor, do alto da minha singeleza? É se sentir bem ao lado daquela pessoa. É ter um sentimento de paz, de segurança, de saber confiar. De se sentir mais livre por ter alguém para amar. Amor é sentimento de liberdade, de vôo. É cumplicidade. É não precisar dizer nada e dizer tudo.

Amei, duas vezes. De formas diferentes, ambas intensas e verdadeiras.

Amar não é dizer, amar é sentir.

6 comentários:

Anônimo disse...

Minha filha,
acabei de ler seus textos agora e estou deslumbrada! Que facilidade para escrever!! Quem te ensinou? Seu pai?? Não tem como fazer comentários em cada textos, pois todos estão tão bons que seria repetir e repetir o mesmo: estou muito orgulhosa de você. Além de advogada, também escritora???? Te amo muito. beijos. Sua mãe.

Anônimo disse...

Podemos ser mais dicretos aproveitando que estamos online.
Cherrie,
Imagine so, eu aqui postando um comentario...
Mas então, o que posso dizer?
Não li todos os seus textos, pra falar a verdade, li quase metade de 1(rs). Mesmo com o pouco se percebe que você ao longo dos anos adquiriu um talento. É uma pena que va gastalo em petições! De qualquer forma seus texos retratam mais que uma simples jovem que começou sua vida, demostra seus sentimentos e assim por diante. A parte que li, gostei muito e me arrependo de não ter paciência para ler o que restou.
Meu post mesmo não sendo um texto que te comova como um que o papai ou a mamãe conseguiria escrever ainda vale alguma coisa, pois a intenção é que conta! rs
Imagino que ao decorrer do texto tenha descoberto quem está por tras dessas palavras.
A proxima vez que vier passar um tempo na cidade grande(rs) veja se consegue vir na quinta pois assim podemos passar uma noite juntos desfrutando de comedias-romanticas exceto "E o vento levou", não perdendo assim seu incrível final de semana nas baladas da grande B..
Saudades.

Anônimo disse...

Bom, então pelas minhas contas, para enquadrares no papel de mocinha moderninha só faltam 998 amores. Tá chegando.
timido beijo,
Cidadão Envergonhado da Silva

. disse...

Quem é você??

Anônimo disse...

Estou imaginando porcos saltitantes...

. disse...

Já vi um monte... tsc, tsc...