terça-feira, 29 de julho de 2008

The sound of it

This is something that deserves to be write in english. That´s because someone deserved.


The red curtains have opened. The theatre begins.

The characters are so far away from each other but that didn´t hinder the show to go on. And it just goes on.
The music was shining the moves, everything was sound, everything was life, everything were them. Can you hear it?

He had appeared like someone who appearead from nowhere, harmless to her. He wooed for the ladies hands with an inviting gesture.
They could dance together, behind the sights, for all night long.

How guess the destiny tricks?

Her crazy things, the nightly roundabout of a taxi one, italian cappuccino desires in the dawn, beautiful day at night. Lots of laughs. All the world around were making sense in a second fraction.

She gone, he after her.
Because the music couldn´t stop.

The wine glasses were watching them behind the candle lights. They were closer. The moonlight was blessing their words, blowed through the wind. The view was magnificent. Everything was magical at that moment.

But like in all the Shakesperian tragedies, he leaves lefting only the roses like her bridesmaid. But her toughts couldn´t leave him. It was done. She was missing his hands, his mouth, his perfume. The perfume of his skin was not there, only the roses one. But that wasn´t enough.

Weird was that were no masks.
And the music couldn´t stop.

And, then, the curtains closed.



But not for long time, I hope.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Casais modernos

Eles se conheceram na balada. Foram apresentados por amigos em comum. Ele é alto e moreno, ela, também. Ele gosta de internet, ela, também. Os dois fumam e bebem cerveja em copo lagoinha. Se identificam pelas músicas em comum, ambos gostam de sertanejo alucinadamente.
Logo, estavam declarando seus sentimentos aos quatro ventos. Não escondiam de ninguém o tanto que se gostavam. Trocaram alianças. Era um casal de carícias e amigos públicos.
Em duas semanas, já diziam eu te amo pra lá e pra cá e programavam o nome dos pimpolhos. Sabiam até a lista de amigos que iriam chamar para o churrasco de casamento.
Dois meses depois, declaravam a todos que ela era nada mais do que uma vaca e ele, nada menos do que um porco saltitante. Ele descobriu que não poderia tolerar o jeito com que ela partia o bife e ela, jamais cogitaria se casar com um homem que não soubesse o que era bouquet.
Nada que uma boa ressaca não curasse. Quem sabe assim não se conhece um novo amor? E lá estavam eles, novamente, trocando juras de amor eterno a novos príncipes e princesas...

A busca eterna por amar e se sentir amado traz a grande parte das pessoas a ilusão do amor. O amor lírico não se desenhou desta forma. Não foi assim que os poetas quiseram... É preciso um pouco mais, é preciso ser tolerante, é preciso se reinventar e se descobrir nos braços de outro. É preciso saber namorar. Olhar com calma, vislumbrar, ver além. Tocar os detalhes. Sentir, curtir. É preciso pegar na mão e, mais, saber a delícia de conduzir e ser conduzido. O abraço de saudade que nunca chega, o cheiro da pele, o gosto do beijo, o sorriso. Dormir encostado, só pra saber que ele está lá. É preciso rir junto e chorar junto também, saber conversar, falar pelos cotovelos. É passear junto, sem ter nada pra fazer, e se sentir completo. São olhos que brilham. É começar de novo, é se apaixonar de novo, uma, duas, mil vezes. É não desistir do amor.

E o que é o amor, do alto da minha singeleza? É se sentir bem ao lado daquela pessoa. É ter um sentimento de paz, de segurança, de saber confiar. De se sentir mais livre por ter alguém para amar. Amor é sentimento de liberdade, de vôo. É cumplicidade. É não precisar dizer nada e dizer tudo.

Amei, duas vezes. De formas diferentes, ambas intensas e verdadeiras.

Amar não é dizer, amar é sentir.

domingo, 6 de julho de 2008

Espelho, espelho meu





A minha face espelhada projeta sua imagem. Olho pra ela com alguma curiosidade. Atento, tento, muitas vezes e em vão, compreender quantas delas existem em uma só. Eu sou só o seu espelho.


O dia amanhece e ela vem até mim, descabelada, ainda de pijamas e com cara de sono. Logo, retorna. Agora ela veste terninho alinhado e saltos altos. Arruma seus cabelos em uma passada de mão com o que os prende, vistosamente, em um coque. Um frugal brinco de brilhantes compõe com o relógio favorito. A maquiagem leve termina o começo da manhã.

Eu sou só o seu espelho.

Ao final do dia, ela transpõe-se de shorts e meia arrastão. Brincos de penas coloridas e tenizinho all star, cabelos soltos ao léu. Pulseiras fazem o barulho de quem as veste. Ela agora é outra, pronta para dançar até o dia clarear. Sensual, seus olhos são traçados negros e a boca vermelho-rubro. Sorri como quem se mostra feliz para mim.

Eu sou só o seu espelho.

O sol alto desperta. Os raios que iluminam o dia refletem em mim seu pijama de ursinho carinhoso, que em nada contrapõe com as pantufas de hipopótamo azul. Coça, vagarosamente, os olhos ainda borrados da noite anterior... nessa hora, seu sorriso é de malandragem e ela é moleca de casa.

Eu sou só o seu espelho.

A hora do almoço traz a menina de vestidinhos esvoaçantes e sandalinhas baixas de sábado de arco-íris. Ela passa por mim, leve e saltitante, como quem não pede nada, enquanto dança pela casa pliés, relevés e piruetas. Seu rosto não traz mais pinturas. Ela agora é só ela. Eu, reverente, observo todos os seus movimentos.

Eu sou só o seu espelho.

De faixa na cabeça, rabo-de-cavalo bem alto e blusão de menino, ela tira o suor do rosto e faz a faxina do que sobrou do final de semana. E é assim que ela me olha, maliciosamente cúmplice, e começa tudo de novo, pronta para o risca-de-giz.

Eu a observo, curioso. Eu sou só, e tão-somente, o seu espelho. Quantas são?